
A queda do Fluminense para a Série B do Campeonato Brasileiro - confirmada mesmo após vitória sobre o Bahia neste domingo - reacendeu uma antiga polêmica do futebol nacional. O Tricolor sofre críticas, principalmente de torcedores rivais, por ter aceitado o convite do Clube dos 13 e voltado à elite em 2000 após ser campeão da terceira divisão no ano anterior, sem passar pela segunda divisão.
O polêmico acesso direto gerou a expressão "pague a Série B", usada por torcedores de outros times para cobrar uma suposta dívida do clube com a segunda divisão nacional. Os dirigentes do Fluminense da época do episódio recusam o rótulo de 'virada de mesa' ao convite feito pela CBF na ocasião.
"As pessoas falam muito que o Fluminense tem que pagar a Série B. O Fluminense nunca se recusou a pagar a Série B. Foi uma situação causada pelo Gama. Não teríamos problemas em disputar a Série B. Não tivemos participação ativa nesse caso, não fugimos da segunda divisão. A gente não tinha opção", defendeu o representante do Fluminense no Clube dos 13 em 1999, Marcelo Penha.
O retorno do Fluminense à elite do futebol brasileiro sem passar pela Série B foi causado em grande parte pelo "caso Sandro Hiroshi", que também salvou o Botafogo do rebaixamento decretado em campo naquele ano. Na ocasião, o Alvinegro conseguiu os pontos da goleada de 6 a 1 sofrida para o São Paulo no SJTD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). O clube do Morumbi havia inscrito e utilizado o jogador Sandro Hiroshi de forma irregular.
A decisão prejudicou o Gama, que foi rebaixado com as mudanças na tabela. Insatisfeito, o clube do Distrito Federal entrou na Justiça comum e paralisou o campeonato, impedindo a realização da próxima edição pela CBF. Com o vazio deixado, o Clube dos 13 organizou uma nova competição em 2000 e convidou o Fluminense para a elite.
"Lógico que sou contra, qualquer pessoa de bom senso é contra tudo aquilo que aconteceu [entrada do Gama na Justiça comum]. Temos que saber reconhecer o erro e evoluir. Tanto é que esse episódio gerou a discussão da qual depois veio o Estatuto do Torcedor. Não tem como ser a favor daquilo que aconteceu e gerou a Copa João Havelange", opinou o procurador do STJD, Paulo Schimitt.
Beneficiário direto da confusão instaurada no futebol brasileiro por conta da disputa entre Gama, Botafogo e CBF, o Fluminense aponta os clubes que participaram da discussão como autores daquele episódio.
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