
Por um e-mail enviado por Janette Neves à nossa redação ficamos sabendo da existência do Projeto Dançando na Comunidade no Bairro Ouro Preto, periferia de Petrolina. Ela se dizia muito grata e feliz por fazer parte do grupo. O GloboEsporte.com decidiu ir até lá para conferir.
O grupo, que está na ativa há 5 meses, é comandado pelo bailarino, professor de danças populares e ex-presidente de associação do bairro Ary Souza. Ele decidiu criá-lo por sentir que comunidades são carentes de oportunidades que promovam mudanças.
- Decidi procurar por um espaço no bairro onde pudesse dar aulas de dança com diferentes ritmos e juntar as pessoas que moram no Ouro Preto para fazer essas aulas. O principal objetivo de início era trabalhar a auto estima dessas pessoas que viessem a fazer parte do grupo.
Nas aulas que, duram cerca de uma hora, lambada, axé, calypso e muito forró dão o ritmo e fazem as alunas suar. O projeto conta, atualmente, com mais de 150 alunas que fazem aulas três vezes na semana.
Uma dessas pessoas que está desde o início da criação do grupo é a Janette Neves que nos enviou o e-mail e foi citada no início da matéria. Segundo ela as aulas foram uma mola propulsora para mudanças na sua vida. Após perder seu pai, entrar em uma depressão e aumentar seu peso consideravelmente ela decidiu dar “um chega para lá” nessa apatia e mudar.
Janette Neves durante a aula (Foto: Magda Lomeu)
Roseineide Siqueira é mais uma das alunas do Dançando na Comunidade. Ex-fumante há 2 anos, a atividade foi recomendação médica. Tentou outras atividades, mas só se encontrou mesmo na dança.
- Eu entrei em abstinência de nicotina, precisava sair dessa situação. A atividade física me ajudou muito. Tentei hidroginástica, mas achei meio parado. Na dança foi onde eu me encontrei. Fiz novas amizades, dores que eu sentia parei de sentir e vontade de fumar nunca mais tive – declara Rosineide.
Ary Souza, que pretende expandir esse projeto em 2014, só lamenta a falta de apoio que iniciativas como essa têm. Para conseguir espaço, som e pagar contas de energia ele conta com a cota mínima de R$25,00 que as alunas pagam e com a ajuda dos donos de espaços que permitem que as aulas aconteçam nesses locais.Alunas acompanham o professor durante a aula (Foto: Magda Lomeu)
- Além do Ouro Preto temos um espaço no Jardim Amazonas. Eu gostaria de formar um grupo de professores que quisessem realizar esse trabalho, mas sem recurso financeiro fica impossível. Prefeitura e empresas particulares não se interessam muito por esse tipo de coisa. Eu já tentei, mas eles não se interessam mesmo – lamenta Ary, que complementa.
- O importante é que estou trabalhando a autoestima e melhorando a saúde dessas mulheres. Mostrando que a união faz a força e que podemos mudar. É só dar o primeiro passo.
No caso do projeto, passo de dança.
Por GloboEsporte.comPetrolina
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