sábado, 31 de maio de 2014

Em tempos de grito de gol, "Valeu o Boi!" também é ouvido em Petrolina

Vaquejada Petrolina  (Foto: Magda Lomeu)Puxador e esteira em ação na Vaquejada em Petrolina (Foto: Magda Lomeu)

Em Petrolina há 28 anos acontece a Vaquejada no Parque Geraldo Estrela, que em 2014 reúne até 1.000 competidores nas categorias profissional e amador até o próximo domingo (01). O esporte é uma tradição da região e movimenta as cidades por onde passa. 
Originada na pega de boi, a vaquejada profissionalizou a ação do vaqueiro que tinha que buscar o gado que se desgarrava e para trazê-lo de volta era necessário derrubá-lo para que ele não fugisse para mais distante. Com o tempo veio a evolução e o costume de um povo virou esporte.
A modalidade consiste em dois competidores, o puxador, que é o atleta que puxa o rabo do boi para derrubá-lo, e o batedor de esteira, que ajuda a levar o boi para perto do puxador, fazer entradas na pista da arena de vaquejada e derrubar o gado dentro de duas linhas distantes 9m uma da outra. Cada dupla entra quatro vezes na pista, caso consiga “valer o boi” em todas as entradas, avança para as finais.
O esporte é a paixão de muitos e também uma pedra no sapato de outros tantos que condenam a modalidade que tem os animais como protagonistas. Segundo Geraldo Estrela Neto, é preciso equilíbrio nas opiniões.
- Tem que se encontrar um equilíbrio, a vaquejada é advinda de uma tradição, da cultura de um povo. Quem imagina que o esporte agride algum animal está bem distante do que a gente pensa. Convivemos com os animais diariamente e sabemos o impacto e até onde ele vai. O zelo com o animal é primordial, há 20 anos o tratamento não era o que damos hoje. Os animais são atletas tanto como os puxadores e os esteiras.
Vaquejada Petrolina (Foto: Magda Lomeu)Jailson Júnior, puxador aspirante de Alagoas (Foto: Magda Lomeu)
Tradição passada de pai para filho, Jailson Júnior de 19 anos corre em vaquejada desde os sete. Convivendo com os animais desde cedo ele não se imagina fazendo outra coisa da vida. 
- Sempre tive contato com animais. Comecei na vaquejada por causa do meu pai que também corria e hoje corro como puxador na categoria amador, mas um dia quero ficar como Bruno Silva que é o melhor puxador profissional no ranking da Abevaq (Associação Brasileira de Vaquejada). Toda semana eu participo de uma para um dia me profissionalizar – conta o aspirante vaqueiro.
Paixão, tradição e opiniões a parte, a vaquejada movimenta os locais por onde passa e muitos lutam para que a modalidade se mantenha viva.
Vaquejada Petrolina (Foto: Magda Lomeu)Erivan Rodrigues mantém a tradição da vaquejada (Foto: Magda Lomeu)

- O esporte cada dia tá se profissionalizando mais, então tá ficando mais bonito. Eu participo desta vaquejada em Petrolina há oito anos, mas eu já estou no esporte há mais de 20 anos. Hoje em dia corro por lazer na categoria amador e me tornei investidor em animais e atletas. Assim como aconteceu comigo, quero passar para meu filho de cinco anos toda essa cultura que nós nordestinos somos apaixonados. - comenta Erivan Rodrigues, puxador amador e investidor em vaquejadas.
Por Petrolina, PE

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